Arouca, Leiria, Pombal, Baião, Montalegre, Murça...
Todos os anos acontece isto... a floresta a arder e os bombeiros vêem-se impotentes para apagar as chamas...
... e as populações lutam com os seus próprios meios para salvar as suas casas, os seus campos, as suas fábricas... enfim, salvar o seu sustento!
E agora, quando vemos os estragos, fazemos as seguintes perguntas, com uma resposta (quase) óbvia:
- Procedeu-se a um verdadeiro reforço dos meios? NÃO! Apenas se alugaram mais uns aviões... Com o resultado que se sabe... Compram-se poucos carros de combate ao incêndio florestal, e a sua distribuição é desigual, ou seja, muitas vezes acabam por parar em corporações de bombeiros situadas em... áreas urbanas.
- Procedeu-se a ums verdadeira gestão das florestas? NÃO! Muitos terrenos florestais pertencem a proprietários, que detêm pouco menos que um hectare e só vêem na floresta um rendimento ocasional. Não significa que a floresta não esteja limpa nem cuidada, mas é realmente dificil gerir bem uma floresta que está disseminada por muitos proprietários, dado que é necessário conceber e planear infra-estruturas essenciais como os corta-fogo ou os pontos de água; assim como escolher as espécies adequadas ao terreno e ao clima.
- Procedeu-se á limpeza das matas? NIM. Nalgumas áreas, podemos acreditar que sim, mas o facto é que muitas outras não estão a ser alvo de limpeza nenhuma...
- Teve-se cuidado na atribuição de licenças de construção municipal? NÃO! Porque se houvesse cuidado, talvez muitas casas não seriam construídas mesmo á beira das florestas. Mas isso não quer dizer que os incnediários que tenham incendidado as florestas junto a núcleos populacionais deixe de ser um traste! Muito pelo contrário...
- Está a fazer-se justiça, as autoridades estão a ser eficazes na captura de incendiários e na investigação destes crimes? NIM. Porque, se as autoridades estão a deter presumiveis incendiários, certo é que os tribunais libertam-nos logo a seguir, por alegadamente haver falta de provas. Enfim, parece-me que está a fazer falta á Policia Judiciária é uma brigada especializada neste tipo de crimes, que englobe não só agentes treinados para o efeito, mas também docentes e alunos de faculdades e institutos politécnicos que tenham cursos ligados á área florestal. Assim, talvez se arranjassem as provas que tanta falta fazem para prender os incendiários, e quem sabe, os presumiveis autores morais - que pagam a alguém para fazer o trabalho sujo que não têm coragem de o fazer!
E a fechar, dá para dizer que deflagrou esta noite um fogo em Covêlo de Paivó, em Arouca (distrito de Aveiro) que fez aumentar para QUINZE o número de fogos activos ainda não circunscritos. Será que eles, sejam lá quem forem, não desistem? :-(
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