Quando o mal está onde menos se espera...
A verdade é que o fogo acaba por ganhar sempre...
E é sempre o mais fraco que perde... as populações! :(
Poderia estar a falar de mais uma vaga de fogos florestais (e desculpem estar a bater no ceguinho, mas infelizmente é o que de mais importante se vai passando no nosso país), com mais umas aldeias serranas ameaçadas pelo fogo. Não seria nada a que não estivéssemos habituados, infelizmente esta realidade começa a tornar-se um (triste) hábito. O que é noticia é que fogo florestal chegou ás portas de... Coimbra.
Hoje estou a lembrar-me de uma conversa que tive com uma grande amiga minha. Eu dizia que não seria má ideia que as casas da aldeia de que é residente tivessem um seguro contra incêndios. Ela contra-argumentava que não era necessário, porque as casas da aldeia já sofreram operações de limpeza do mato, e acrescentava que as zonas urbanas apresentavam maiores riscos em termos de incêndio (urbano). O tempo veio a provar que ambos temos razão. Enquanto que a área onde ela vivia sofreu com os incêndios, Coimbra e Valongo foram chamuscados pelas chamas de um incêndio florestal. Resumindo: o risco de incêndio florestal, é muito maior nas áreas rurais, mas também as áreas urbanas sofrem também as consequências. Se não é com o fogo em si, é com as cinzas resultantes do incêndio. Por isso, várias zonas do país vivem um holocausto: ar irrespiravel, mais calor do que o habitual, alguns problemas respiratórios e de visão. Até parece que o inferno desceu á terra...
Já nem vale a pena dizer aquilo que devia ter sido feito (e não foi) e aquilo que não devia ter sido feito (mas foi). Hoje tive que comprovar com os meus próprios olhos de que os técnicos com competência neste assunto não têm sido ouvidos. Afinal, que meio de comunicação social deu a atenção devida a um doutorado em incêndios florestais que estava a acompanhar uma operação de rescaldo?! Quantos autarcas leram o livro Riscos Naturais e Acção Antropica de Fernando Rebelo?! Quantos autarcas não estarão agora a pagar (com a desgraça dos outros) o resultado dos seus próprios erros, permitndo a construção desenfreada de habitações em áreas florestais, muitas vezes em áreas interditas (Reserva Agricola e Reserva Ecologica Nacional) e quem sabe, a troco de fortunas fabulosas? Quantos ministros e secretários de estado não garantiram umas férias nas Bahamas, ou compras de Natal em Nova Iorque, a troco de uma adjudicação de um contrato de aluguer de aviões e helicopteros de combate ao incêndio a uma empresa que iria atear fogo para rentabilizar os meios? Será que alguém com algum poder pode dormir descansado e com a consciência tranquila?
É que, enquanto pensamos que o terrorismo tem apenas a face islâmica e ataca através de bombas e de aviões atirados a arranha-céus, a História prova-nos que o terrorismo pode ter outras motivações, e métodos bem diferentes. A única coisa que tem em comum com o terrorismo internacional é que ataca quando(?) e onde menos se espera...
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